Ser mãe...

Quantas definições perfeitas sobre "Ser mãe" já lemos por aí... Mas acredito que cada mulher é mãe de um jeito. Cada mulher tem sua personalidade, seu estilo de vida, seus valores e cada criança já nasce com (um pouco de) sua personalidade. Todo aquele encanto e amor existem sim, mas os dissabores e desafios também! No MEU caso, ser mãe é ser assim:

* Não sou mais eu, agora somos nós! Aquela Tati de antes não existe mais! Não consigo mais imaginar minha vida, meu futuro, sem minha Fernanda. Aquele papo todo de que filho é do mundo, vamos deixar para depois, por enquanto a Fernanda é da Tati! E a Tati é da Fernanda!

* Ser dona do meu tempo é luxo! Quem programa nossa rotina é a Fernanda. Totalmente! É ela quem define meu horário de acordar, almoçar, tomar banho, dormir e até de namorar! rs!

* Minhas lojas preferidas agora só têm numeração infantil. Parece que as vitrines de lojas infantis possuem imã! Incrível! Aquelas pecinhas de roupas, tão cor de rosa, tão pequenas e tão caras, me atraem, me fisgam, me possuem!

* Ser mãe é entrega total. Confesso que para mim não foi sempre assim. Esta tal entrega me acometeu totalmente a uns 2 meses (amanhã Fernanda completa 5 meses). Demorei esse tempo a entregar-me pois este foi o tempo necessário para me abdicar do que eu era e aceitar o que me tornei. Tive que aprender a viver um dia de cada vez, uma fralda de cada vez, uma manha de cada vez, uma cólica de cada vez... Mas quando essa entrega acontece é bom demais! E agora é para isso que eu quero viver... Para entregar-me cada dia mais!

* Não somente mãe. Agora somos nós, ela é dona do meu tempo, entrega total... Mas ainda bem que mesmo com todas estas mudanças ainda há espaço para ser mulher e esposa!

* Baby blues faz parte. Em alguns casos em grandes proporções, no meu caso em proporções mínimas, mas que existe, existe! Turbilhões de hormônios, sentimentos contraditórios, insegurança, medo e amor em doses cavalares. Nos primeiros dias, eu achava a Fernanda linda e ao mesmo tempo estranha. Eu a amava mais do que tudo, mas achava esquisito vê-la fora do meu corpo. Queria dormirrrr, mas para isto ela teria que ficar longe de mim, coisa que eu não queria. Sonhava com a amamentação perfeita, mas tremia quando a via chorando de fome, devido às fortes dores que sentia. Contradição pura!

* Ser mãe é estar constantemente em oração. Olhem que maravilha... Ao se tornar mãe, você ganha uma linha direta para falar com Deus! rs! Sei que tenho muito muito muitooo mais a agradecer do que a pedir, mas não consigo deixar de pedir proteção e saúde para minha Fernanda. Peço que Deus faça de mim o melhor exemplo para minha filha, a melhor mãe que eu puder ser para ela. Agradeço muito a infinita generosidade que Ele tem conosco a cada momento, abençoando, protegendo e enchendo de saúde esse anjinho tão perfeito que Ele me deu a honra de poder chamar de MINHA FILHA!

* Ser mãe é ser mãe da felicidade. Minha gente, não tem felicidade maior! Outro dia eu conversava com uma amiga que me disse que o tratamento necessário para que ela pudesse engravidar custa cerca de R$30.000,00 (cada tentativa). O meu conselho foi: Faça! Custe o preço que for... 30, 60, 100, faça! Hoje em dia eu sei que daria tudo que tenho para ter minha filha. A felicidade de tê-la em meus braços não tem preço! Vê-la sorrindo com saúde vale muito mais do que qualquer prêmio acumulado da mega sena! Daria minha vida por ela! Ela é minha alegria de viver!


* Ser mãe é sentir de verdade o coração bater no peito. Tanto devido ao amor, como também à preocupação. Semana passada Fernanda aprendeu a rolar. Porém a danadinha vira de bruços e não consegue voltar, então quando cansa de ficar de bruços ela chora, por isso, nos últimos dias está sendo comum ela nos acordar chorando. Imaginem o pulo que dou na cama!? O coração vai a mil! Assim como as gargalhadas dela quase me enfartam de tanta felicidade.

* Ser mãe é ser dor. Forte isso, né? Mas me dói ver lágrimas nos olhos da Nanda, mesmo que sejam lágrimas de manha. Doía vê-la golfar quando tinha refluxo. Doía vê-la se contorcer de cólica. Dói não poder ajudá-la a tirar o bracinho de baixo do corpo quando se vira de bruços. Para ela é um esforço tão grande, e para mim seria tão fácil tirar seu bracinho debaixo do corpinho dela, mas ela precisa aprender, se segura mamãe! Dói deixá-la na vovó para trabalhar. Dói ouvir da minha mãe que percebe que ela sente minha falta. Dói vê-la desesperada coçando a gengiva. Dói muito mais em mim as vacinas que ela toma... E vai doer demais se ela falar papai antes de mamãe! ai ai ai! rs!




Acima de tudo, ser mãe é ser amor! O amor maior do mundo!

Ainda não o fiz, mas um dia comporei um poema para Fernanda. Por enquanto roubo os versos de Pixinguinha para traduzir todo este amor e encantamento. Bem ou mal, eu canto para ela todos os dias e ela adora!


A Rosa

Tu és, divina e graciosa estátua majestosa
do amor, por Deus esculturada e formada com o ardor,
da alma da mais linda flor, de mais ativo olor
e que na vida é a preferida pelo beija-flor.

Se Deus lhe fora tão clemente aqui neste oriente de luz
formada numa tela deslumbrante e bela,
teu coração, junto ao meu lanceado
pregado e crucificado sobre a rosa cruz do arfante peito teu

Tu és a forma ideal, estátua magistral
oh alma perenal, do meu primeiro amor, sublime amor.

Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação de todo o coração
cintilas um amor
o riso, a fé, a dor em sândalos olentes cheios de sabor
em vozes tão dolentes quanto um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
és tudo enfim que tem de belo,
todo o resplendor da santa natureza
Perdão se ouso confessar-te, eu hei de sempre amar-te
Oh flor! Meu peito não resiste,
Ah, meu Deus o quanto é triste,
a incerteza de um amor que mais me faz penar
em esperar em conduzir-te um dia aos pés do altar
Jurar, aos pés do onipotente
em versos comoventes de luz,
e receber a unção da tua gratidão,
depois de remir, teus desejos
em nuvens de beijos hei de envolver-te
até o meu padecer, de todo fenecer